Carlos Chagas Filho 2p1t6e

Carlos Chagas Filho, médico, professor, cientista e ensaísta. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1910 e Filho do consagrado cientista e médico Carlos Justiniano Ribeiro Chagas e de Íris Lobo Chagas. Casou-se, em 1935, com Anna Leopoldina de Melo Franco, e com ela teve quatro filhas: Maria da Glória, Sílvia Amélia, Ana Margarida e Cristina Isabel. 4ey1t

Iniciou o curso secundário no Colégio Resende e diplomou-se pelos exames do Colégio Pedro II. Aos 16 anos ingressou na Faculdade de Medicina da antiga Universidade do Brasil, formando-se em 1931. Foi logo depois praticar a profissão em Lassance, no interior de Minas Gerais. Essa experiência colocou-o em contato direto com os problemas nacionais, confirmando a decisão de dedicar-se ao ensino e à pesquisa científica.

Ingressou no Instituto de Manguinhos, onde fez sua formação científica, no tempo em que aquele instituto era dirigido por Carlos Chagas, recebendo o diploma de especialização em Físico-Química, em 1935. Em 1932 fora nomeado assistente da cadeira de Patologia e, em 1934, da cadeira de Física Biológica. Foi em Manguinhos que se dedicou às áreas básicas da Medicina, criou a cadeira de Biofísica no Rio de Janeiro e no Brasil, utilizando técnicas novas de Radiobiologia, Farmacologia, Fisiologia e Bioquímica.

Em 1937, ou de Manguinhos para a então Universidade do Brasil, tornando-se professor titular da cadeira de Biofísica da Faculdade Nacional de Medicina. Após aprofundar seus estudos em centros de pesquisa na França, Inglaterra e Estados Unidos, criou o Laboratório de Biofísica da Faculdade de Medicina, que se transformaria, em 1946, no Instituto de Biofísica da Universidade do Brasil. Imprimiu ali a formação multidisciplinar, associando a pesquisa ao ensino, em regime de dedicação exclusiva, e incorporando jovens com vocação científica. De seus laboratórios saiu toda uma geração de cientistas brasileiros, levando longe o nome do Rio de Janeiro como uma referência geográfica da ciência e da cultura. O Instituto de Biofísica é, hoje, um dos membros da International Federation of Institutes for Advanced Study – IFIAS.

Exerceu importantes postos istrativos, no Brasil e no exterior, sempre ligados à sua área, trabalhando pela formulação de uma política científica nacional. Foi diretor da Divisão de Pesquisas Biológicas do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), de 1951 a 1954, e Presidente da Academia Brasileira de Ciências, de 1964 a 1966. Chefiou organismos internacionais de pesquisa, como o Centro Nuclear de Porto Rico; foi secretário-geral da Conferência sobre a Aplicação da Ciência e da Tecnologia ao Desenvolvimento, em 1962-63; e Presidente do Comitê Científico para a Aplicação da Ciência e da Tecnologia ao Desenvolvimento, de 1966 a 1970, ambos da Organização das Nações Unidas.

Designado embaixador do Brasil junto à UNESCO, em 1966, pelo Presidente Castello Branco, ali desempenhou durante anos papel de relevo para o Brasil. Foi membro do Comitê Internacional para a Salvaguarda de Veneza; Vice-Presidente do Conselho Internacional de Uniões Científicas na França e, de 1973 a 1990, Presidente da Academia Pontifícia de Ciências, modelando-a como uma academia de ação. Mais de 80 reuniões científicas de repercussão internacional foram realizadas sob sua presidência.

Na área humanística, marcou-o a contínua reflexão filosófica e sociológica sobre a ciência, seu papel e seus rumos no mundo moderno. Mostrando consciência da oportunidade estratégica da ciência para o Brasil e para os países pobres, seus ensaios tomaram importância considerável em virtude da posição global e humanística que os caracterizavam, relacionando a ciência às demais formas de conhecimento e vinculando-a a promoção do ser humano.

Obteve o reconhecimento de diversos países, pelos quais foi condecorado: Suécia, Itália, Portugal, França, Espanha, Venezuela. Dentre os títulos honoríficos recebeu os de Doutor Honoris Causa das Universidades de Paris, Autônoma do México, Coimbra, Toronto, Liège, Bordeaux, Salamanca e, no Brasil, do Recife, da Bahia e de Minas Gerais. Recebeu o Prêmio D. Antônia Chaves Berchon d’Essarts (1931); Moinho Santista (1960); Prêmio Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia (1988); Prix Mondial Cino del Duca, da Fondation Simone et Cino del Duca, França (1989.)

Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro e do Conselho Federal de Cultura, ao longo dos anos 70 e 80. Nunca se afastou do Instituto Manguinhos, onde iniciou sua carreira científica, sendo membro do seu Conselho Técnico-Científico, Presidente do Conselho da Casa de Oswaldo Cruz e do Centro de Estudos da Fundação Oswaldo Cruz.

Foi membro titular ou correspondente de várias academias, entre as quais a Academia Brasileira de Ciências, Academia Pontifícia de Ciências, Academia das Ciências de Lisboa, Institut de , American Academy of Arts and Sciences, American Philosophical Academy, Academia Nacional de Medicina da França, Academia Real da Bélgica, Academia de Ciências da Romênia e Academia Internacional de História das Ciências.

Faleceu no Rio de Janeiro em 16 de fevereiro de 2000.

Informações do Acadêmico 434xd

Número acadêmico: 431

Cadeira: 86 Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas

Membro: Titular

Secção: Ciencias aplicadas à Medicina

Eleição: 04/12/1958

Posse: 30/04/1959

Sob a presidência: Deolindo Augusto de Nunes Couto

Saudado: Pedro da Silva Nava

Antecessor: Oswino Álvares Penna

Falecimento: 16/02/2000

Informações do Acadêmico 434xd

Número acadêmico: 431

Cadeira: 86 Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas

Membro: Titular

Secção: Ciencias aplicadas à Medicina

Eleição: 04/12/1958

Posse: 30/04/1959

Sob a presidência: Deolindo Augusto de Nunes Couto

Saudado: Pedro da Silva Nava

Antecessor: Oswino Álvares Penna

Falecimento: 16/02/2000

Carlos Chagas Filho, médico, professor, cientista e ensaísta. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1910 e Filho do consagrado cientista e médico Carlos Justiniano Ribeiro Chagas e de Íris Lobo Chagas. Casou-se, em 1935, com Anna Leopoldina de Melo Franco, e com ela teve quatro filhas: Maria da Glória, Sílvia Amélia, Ana Margarida e Cristina Isabel.

Iniciou o curso secundário no Colégio Resende e diplomou-se pelos exames do Colégio Pedro II. Aos 16 anos ingressou na Faculdade de Medicina da antiga Universidade do Brasil, formando-se em 1931. Foi logo depois praticar a profissão em Lassance, no interior de Minas Gerais. Essa experiência colocou-o em contato direto com os problemas nacionais, confirmando a decisão de dedicar-se ao ensino e à pesquisa científica.

Ingressou no Instituto de Manguinhos, onde fez sua formação científica, no tempo em que aquele instituto era dirigido por Carlos Chagas, recebendo o diploma de especialização em Físico-Química, em 1935. Em 1932 fora nomeado assistente da cadeira de Patologia e, em 1934, da cadeira de Física Biológica. Foi em Manguinhos que se dedicou às áreas básicas da Medicina, criou a cadeira de Biofísica no Rio de Janeiro e no Brasil, utilizando técnicas novas de Radiobiologia, Farmacologia, Fisiologia e Bioquímica.

Em 1937, ou de Manguinhos para a então Universidade do Brasil, tornando-se professor titular da cadeira de Biofísica da Faculdade Nacional de Medicina. Após aprofundar seus estudos em centros de pesquisa na França, Inglaterra e Estados Unidos, criou o Laboratório de Biofísica da Faculdade de Medicina, que se transformaria, em 1946, no Instituto de Biofísica da Universidade do Brasil. Imprimiu ali a formação multidisciplinar, associando a pesquisa ao ensino, em regime de dedicação exclusiva, e incorporando jovens com vocação científica. De seus laboratórios saiu toda uma geração de cientistas brasileiros, levando longe o nome do Rio de Janeiro como uma referência geográfica da ciência e da cultura. O Instituto de Biofísica é, hoje, um dos membros da International Federation of Institutes for Advanced Study – IFIAS.

Exerceu importantes postos istrativos, no Brasil e no exterior, sempre ligados à sua área, trabalhando pela formulação de uma política científica nacional. Foi diretor da Divisão de Pesquisas Biológicas do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), de 1951 a 1954, e Presidente da Academia Brasileira de Ciências, de 1964 a 1966. Chefiou organismos internacionais de pesquisa, como o Centro Nuclear de Porto Rico; foi secretário-geral da Conferência sobre a Aplicação da Ciência e da Tecnologia ao Desenvolvimento, em 1962-63; e Presidente do Comitê Científico para a Aplicação da Ciência e da Tecnologia ao Desenvolvimento, de 1966 a 1970, ambos da Organização das Nações Unidas.

Designado embaixador do Brasil junto à UNESCO, em 1966, pelo Presidente Castello Branco, ali desempenhou durante anos papel de relevo para o Brasil. Foi membro do Comitê Internacional para a Salvaguarda de Veneza; Vice-Presidente do Conselho Internacional de Uniões Científicas na França e, de 1973 a 1990, Presidente da Academia Pontifícia de Ciências, modelando-a como uma academia de ação. Mais de 80 reuniões científicas de repercussão internacional foram realizadas sob sua presidência.

Na área humanística, marcou-o a contínua reflexão filosófica e sociológica sobre a ciência, seu papel e seus rumos no mundo moderno. Mostrando consciência da oportunidade estratégica da ciência para o Brasil e para os países pobres, seus ensaios tomaram importância considerável em virtude da posição global e humanística que os caracterizavam, relacionando a ciência às demais formas de conhecimento e vinculando-a a promoção do ser humano.

Obteve o reconhecimento de diversos países, pelos quais foi condecorado: Suécia, Itália, Portugal, França, Espanha, Venezuela. Dentre os títulos honoríficos recebeu os de Doutor Honoris Causa das Universidades de Paris, Autônoma do México, Coimbra, Toronto, Liège, Bordeaux, Salamanca e, no Brasil, do Recife, da Bahia e de Minas Gerais. Recebeu o Prêmio D. Antônia Chaves Berchon d’Essarts (1931); Moinho Santista (1960); Prêmio Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia (1988); Prix Mondial Cino del Duca, da Fondation Simone et Cino del Duca, França (1989.)

Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro e do Conselho Federal de Cultura, ao longo dos anos 70 e 80. Nunca se afastou do Instituto Manguinhos, onde iniciou sua carreira científica, sendo membro do seu Conselho Técnico-Científico, Presidente do Conselho da Casa de Oswaldo Cruz e do Centro de Estudos da Fundação Oswaldo Cruz.

Foi membro titular ou correspondente de várias academias, entre as quais a Academia Brasileira de Ciências, Academia Pontifícia de Ciências, Academia das Ciências de Lisboa, Institut de , American Academy of Arts and Sciences, American Philosophical Academy, Academia Nacional de Medicina da França, Academia Real da Bélgica, Academia de Ciências da Romênia e Academia Internacional de História das Ciências.

Faleceu no Rio de Janeiro em 16 de fevereiro de 2000.

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